O fígado é, talvez, o mais importante órgão do nosso corpo e, certamente, um dos menos reconhecidos.
Mas o seu papel é tão primordial que a Natureza o dotou de uma capacidade autoregenerativa que não tem par em qualquer outro órgão do nosso organismo!
O nosso fígado trabalha todos os dias arduamente para nos proteger dos efeitos adversos das toxinas, pesticidas, metais pesados e poluição em geral e, muitas vezes, dado o estilo de vida que levamos, é fácil sobrecarregar o nosso organismo com todas essas substâncias que comprometem a nossa saúde de forma significativa.
É ele o encarregado por expelir as toxinas, desentoxicar e limpar o nosso corpo, filtrando continuamente o sangue dos venenos que nele entram, quer através do trato digestivo, quer através da pele ou do sistema respiratório.
Mas quando o nosso fígado fica sobrecarregado em resultado do stress ou da exposição excessiva aos contaminantes, todo o equilíbrio do nosso organismo é perturbado, comprometendo de forma grave a nossa saúde.
Uma vez que o fígado também é o responsável pela produção da bílis, uma substância metabolicamente necessária para a divisão e assimilação das gorduras e proteínas dos nossos alimentos, é fulcral a sua manutenção adequada.
Sem um fígado que funcionar bem, o corpo não é capaz de se purificar nem de absorver eficientemente os nutrientes, o que é uma receita certa para o desastre, em termos de saúde.
"Os milhares de sistemas enzimáticos responsáveis por praticamente todas as atividades do corpo são construídos no fígado", escreve o Dr. Karl Maret, médico, acerca da importância de uma função hepática saudável. "O bom funcionamento dos olhos, o coração, o cérebro, as gónadas, as articulações, e os rins, estão todos eles dependentes da boa atividade do fígado.", acrescenta. "Se o fígado se torna incapaz de construir nem que seja um dos milhares de sistemas enzimáticos de que o corpo necessita, fica comprometida a total funcionalidade do organismo, resultando num maior stress metabólico do indivíduo."
Por isso, é primordial manter um fígado saudável, e aqui estão alguns alimentos que a(o) podem ajudar a fazê-lo:
Um dos mais excitantes recursos nutricionais naturais disponíveis hoje em dia para ajudar o nosso corpo a combater a poluição ambiental é a chlorella.
A chlorella é um dos "suplementos" mais utilizados no Japão, onde mais de 10 milhões de pessoas o utilizam regularmente.
Aliás, naquele país, o uso da chlorella é mais difundido do que é o uso da vitamina C nos E.U.A.!
Será que os japoneses sabem algo que nós não?
Uma das razões pelas quais a população japonesa valoriza tanto a chlorella, é a sua capacidade de desintoxicação natural.
A chlorella é um "alimento verde", um ser unicelular, uma micro-alga com cerca de dois a dez mícrons de tamanho - é verdadeiramente pequeno.
E é precisamente o seu pequeno tamanho, combinado com suas propriedades únicas que o tornam uma ferramenta de desintoxicação útil.
A sua estrutura molecular permite a ligação a metais, produtos químicos e alguns pesticidas.
Assim, quando a chlorella entra no nosso corpo, as suas características naturais irão vinculá-la aos metais pesados, produtos químicos e pesticidas que encontrar no aparelho digestivo que, como vimos há semanas nestas newsletters, é a estrada de acesso do nosso corpo para a nossa corrente sanguínea.
Posteriormente, penetrando na nossa corrente sanguínea, vai replicar o processo ao nível celular.
Designa-se esse processo de ligação, quelação.
Se tal não ocorrer, essas toxinas prejudiciais passarão do intestino para o sangue e serão dessiminadas e depositados em células por todo o nosso organismo.
A chlorella vai, antes de mais, ajudar-nos a eliminar os metais pesados e outras toxinas.
Mas ela faz mais do que isso!
A chlorella também tem a característica de não se ligar aos minerais de que o nosso organismo naturalmente necessita para funcionar bem!
Ela não se liga a minerais benéficos como cálcio, magnésio ou zinco.
É quase como se a chlorella soubesse quais os metais e minerais benéficos e quais os produtos químicos que precisam de ser removidos.
Concluindo, tomar chlorella é como ingerir um pequeno "exército" para lutar na batalha de remoção das toxinas do seus tecidos, expulsando-as para fora do nosso organismo.
Além do apoio ao sistema imunológico, o seu potencial para proteger o fígado de danos faz da spirulina um precioso auxiliar para as pessoas com doença hepática crónica.
Alguns estudos sugerem que a spirulina pode ajudar a proteger contra danos no fígado, cirrose e insuficiência hepática em pacientes com doença hepática crónica.
Tal como a chlorella, também a spirulina tem um efeito quelante, ligando-se aos metais pesados, pelo que, nesse particular, tem um efeito semelhante, ainda que menos intenso.
A spirulina tem imenso interesse nutricional, mas que não cabe no âmbito deste artigo.
no entanto, e apesar de todos os seus benefícios, a spirulina pode não ser 100 por cento segura - ela floresce em climas quentes e com água alcalina quente, ambiente esse que a torna vulnerável à contaminação com metais pesados e substâncias tóxicas chamadas microcistinas.
Dessa forma, a spirulina só deve ser adquirida a uma empresa na qual tenha confiança e que controle a origem dos seus produtos, sendo, por exemplo, certificada.
Um outro alerta que queremos deixar para os que padecem de doença hepática, é o seu elevado teor de ferro - uma vez que muitos doentes hepáticos são aconselhados a evitar suplementos ou alimentos que contenham ferro.
Isso pode excluir a spirulina da sua dieta.
Saiba que acordo com um artigo de Wolters Kluwer Health:
• A spirulina preparações contêm 300 a 400 ppm (peso seco) de ferro;
• Ao contrário de muitas formas vegetais de ferro, o da spirulina tem alta biodisponibilidade;
• Uma dose de 10 g/dia de spirulina pode conter de 1,5 a 2 mg de ferro absorvível, semelhante ao padrão sulfato ferroso.
Assim, se tiver sido advertida(o) contra o consumo de quantidades excessivas de ferro deve discutir com o seu médico a ingestão de spirulina.
Também o alho contém numerosos compostos de enxofre que ativam as enzimas do fígado responsáveis pela libertação de toxinas do corpo.
Este parente bulboso da cebola contém ainda alicina e selénio, dois nutrientes protegem o fígado de danos tóxicos, ao mesmo tempo que o ajudam no processo de desintoxicação.
A Toranja é rica em vitamina C e antioxidantes naturais, dois poderosos "limpadores" do fígado.
Tal como o alho, a toranja contém compostos que estimulam a produção de enzimas de desintoxicação do fígado.
Contém ainda um composto flavonóide conhecido como naringenina que faz com que o fígado queime a gordura em vez de a armazenar.
O chá verde está carregado de catequinas, um tipo de antioxidante vegetal que os estudos têm demonstrado eliminar a acumulação de gordura no fígado e promover a função hepática.
Esta poderosa bebida à base de plantas também protege o fígado contra as toxinas que de outra forma se acumulam e causam danos sérios.
Os vegetais de folha verde (tais como a rúcula, o espinafre, a mostarda ou a chicória), também contêm numerosos compostos que neutralizam os metais pesados que se podem acumular no fígado, prejudicando o seu funcionamento.
Os vegetais de folha verde ajudam ainda e também a eliminar pesticidas e herbicidas do organismo, estimulando a criação e fluxo da bílis.
Rico em compostos produtores de glutationa, os abacates promovem activamente a saúde do fígado, protegendo-o contra a sobrecarga tóxica e aumentando a sua capacidade de limpeza.
Algumas pesquisas indicam que comer um ou dois abacates por semana, mesmo num período curto de apenas 30 dias, pode ser suficiente para reparar um fígado algo danificado.
(quando nos referimos a nozes, referimo-nos aos frutos de casca rija em geral - amêndoas, pecans, macadamias, etc.)
As nozes- porque contêm níveis elevados de L-arginina (um aminoácido), glutationa, e ácidos gordos ómega-3 - também ajudam a desintoxicar o fígado do prejudicial amoníaco, causador de doenças graves.
As nozes também ajudam a oxigenar o sangue.
Certos fármacos que visam a "limpeza" do fígado usam extratos das cascas de nozes.
A cúrcuma (açafrão-das-Índias), é um dos alimentos mais poderosos para a manutenção de um fígado saudável.
Não só protege de forma activa o fígado contra danos tóxicos mas ajuda na regeneração das células hepáticas danificadas.
A cúrcuma também estimula a produção natural de bílis, desengurgita ductos hepáticos obstruídos e melhora a função geral da vesícula biliar, outro órgão importante de desentoxicação.